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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

09/04/2016

Frio e escuro






















Não percebo nada mais que o frio e o escuro,
Não me é possível emergir sem você.
Não entendo as (des) necessidades da vida.
Vejo-as infiltrando-se com gana do extermínio

Todas as razões para alegria,
Não serão o bastante se não o tenho.
E esta é a primeira dentre todas a se ir.
O sorriso faz descaso de qualquer motivo.

Quanto à vontade, esta é perseguida acuada, abatida.
O frio do escuro, o escuro do frio, são propícios ao momento
Só há uma espécie de gloria no fétido horror que permuta cada hora.
Nada é mais belo e prazeroso que o saber
Que não sou se não tenho você.

 Enide Santos 09/04/16